sábado, 24 de dezembro de 2011

Querido Noel;

Pensei muito no que pedir para o senhor nesse ano, e então vi que tenho tudo que alguém poderia querer. 

Tenho amigos, uma bela família, o sorriso das crianças, saúde e além de tudo, tenho ainda a chance de tentar ser melhor dia após dia. Poderia não pedir nada, mas como sempre, humano é humano e existe a necessidade de uma coisinha a mais. 

Que tal me dar nesse ano mais oportunidades para “fazer o bem sem ver a quem”? Quem sabe um pouquinho mais de serenidade para que em nenhum momento eu possa ofender meu próximo por falar sem pensar e que se eu ofender, que seja capaz de me arrepender e pedir desculpas. E ainda, abusando da sua boa vontade, que eu mantenha minha fé e meu sorriso, mesmo nos momentos em que eu achar que nada de bom exista mais.

Obrigado Noel, tenha uma ótima noite de trabalho quando vier e que eu possa apreciar todos esses presentes, que eu sei que receberei, de coração limpo.

Ass: Alguém que ainda acredita que pode ser melhor.

PS: Obrigado novamente pelos amigos e amigas que tem colocado na minha vida durante esses anos todos. A cada um de vocês, um FELIZ NATAL!!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Letrinhas

E aquela pequenina letra "a", tão ousada, viu o espaço em branco e decidiu brincar por ali, chamou suas amiguinhas vogais e consoantes, acentos e outros símbolos que nem sei o nome.

Fizeram uma festa! 

O problema era quem dançava com quem! O "a" chamou o "m", o "o" e o "r" só que "d" queria também o "o" e o "r"!

Em cada estrofe era aquela confusão, em cada verso uma explosão, em cada rima a separação. E foi assim, depois da festa, que elas entenderam que muitas vezes na vida teriam que estar juntas, mesmo que não quisessem.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Aos novos amigos

A surpresa no mundo é que alguém ou algo faz  com que em determinado momento apareçam pessoas novas e significativas em nossas vidas, e a partir de então, você agradece por viver num mundo que te surpreende, todo dia. Alguém que você sequer imaginava existir ou pouco convivia, torna-se repentinamente um de seus novos amigos. 

É a surpresa de um novo alguém, com o qual poderá compartilhar suas risadas, suas brincadeiras, seus passeios, e quem sabe, seus medos e desejos. Tudo ficará gravado, será um sinal dentro de você, um sinal de que no mundo existem pessoas que podem acrescentar coisas boas, e que de algum jeito, você vai encontrar por ai.

"Cada novo amigo é um novo mundo, cada novo mundo completa o seu mundo." 

Aproveite o momento, aproveite seu novo amigo, ria, cante, converse muito com ele, mesmo que seja por algumas horas. Algumas horas podem mostrar o que há de melhor em alguém, algumas horas podem ser suas melhores horas ao lado de alguém. Quem sabe, o assunto que terão daqui alguns anos será o de  recordar àquelas horas? 


Nesse momento então, ao lembrar das primeiras horas juntos, você vai sorrir e perceber que o seu novo amigo se tornou o "bom e velho amigo"


sábado, 10 de dezembro de 2011

Merthiolate


Por que não caminhar de mãos dadas na rua onde você cresceu? Deixar de estar ali onde, antes de se sentir adulto, fez seus primeiros planos?  Ah! O lugar onde aconteceram seus primeiros melhores dias, sua infância, seu sonho de ser mais e mais do que a imaginação pudesse mostrar.

Por que não?

Se tudo começou ali, se tudo que você precisava era a simplicidade de ser criança, de não exigir mais do que tinha no bolsos, quando tinha bolsos. Sim, sua rua, seu lugar elementar, é um bom lugar para caminhar.  

Por quê?

Porque seus sonhos eram simples naquele lugar, você entendia sem entender cada coisa que sentia. No seu lugar primário, na sua infância, você se via e sabia exatamente onde queria estar. Não importavam os arranhões, importava era viver.

E assim, quando com quem estiver, você se ver ali, criança, vai entender que estar com alguém é simples, basta esquecer ou não temer os arranhões, afinal, criança descobre fácil o que machuca de verdade e o que se resolve com “Merthiolate”. 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Remorso

Remorso é algo pesado demais para ser carregado. Deixe num cantinho junto das coisas que não aprendeu a fazer...

Sobre motivos


O homem enumera uma centena de motivos para que algo acabe e não vê que um somente pode tornar algo eterno.
O essencial escapa, os sonhos acabam.

Com as dores


‎_ Como se sente agora que chegou até aqui?
_ Bem.
_ Lembra do caminho?
_ Cada curva, cada pedra.
_ Valeu a pena?
_ Muito.
_ Apesar das dores?
_ Apesar delas.
_ Por quê?
_ Sem elas eu não teria aprendido a viver, não teria visto que aprender é doloroso e os prêmios que tenho agora são pelas pedras lá atrás. Sem dores eu não perceberia o quanto vale a pena o Agora.

Sobre Helena


José morreu em Helena.
Helena não nasceu em João.
Pedro não conhecia Helena.

E assim, sem saber quem era José ou João, Pedro em Helena nasceu. 
Talvez fosse Pedro um pouco José, talvez fosse assim, um pouco João.

Sobre como olhar


Ele olhava como o mundo queria, seus olhos não viam. 
Passou a olhar a partir d'alma, viu o mundo. 
Viu quem cabia na sua alma, se sentiu bem.

Sobre devaneios

Estava, nunca fui. Me tornarei?
Diferentemente de ser, é estar. Estive.
Em algum lugar eu sou, em algum lugar estou. 

Sobre a hora certa

Quando então puder, se achar que quer, se quiser, podendo ser, acreditando ser.
Assim sonhar, assim olhar, não esquecer, e caso esquecer, lembrar, ademais viver.

Sobre incertezas

Alguns erros e um tantão de incerteza não fazem tão mal quanto parece. Certeza que o que se faz de bom prevalece sobre os dogmas

Sobre compreender

E assim, quando a poesia viu, não pode compreender, assim, anulou o que lhe faria bem, deixou de lado o que lhe queria bem, desamou quem só se armou dos melhores sonhos.

Aprendendo a ver


Do nada aparece alguém que é exatamente quem você queria ver
Então, também do nada aparece alguém que diz o que você quer ouvir.  

E quem você queria ver não diz.
E quem diz, você aprende a ver. 

Gaiola.


Uma gaiola, não aquela que cerca, mas a que está dentro. 
Ferrugem, não só deixa feio, deteriora. 
Livre? Só se cometer a loucura de sair com a alma.

'Cause you're a free bird.


Toda e qualquer pessoa pode ir. 
Toda e qualquer pessoa vai ou não voltar. 

Os olhos que contemplam, tem necessidade de ver os horizontes. 
As bocas que recebem o beijo, tem necessidade de gritar. 
As mãos que se seguram, tem necessidade de tocar o vento. 
Os pés que caminham juntos, tem necessidade de cruzar o tempo. 

Pessoas são versos de Quintana, sem porto, são pássaros. 
Pessoas temem o marasmo, temem o tudo igual demais. 
Pessoas tem necessidade de sentir saudade, de viver, de voltar. 
Pessoas tem necessidade de ser uma e ao mesmo tempo, duas. 

Amizade é coisa boa.


Não é por nada, mas parece que alguém coloca certas pessoas na sua vida, para serem as pessoas da sua vida. Ah, amigos, seres cheios de manias, defeitos, dos quais você gosta, apesar disso e também por isso.

Vai dizer que você não tem aquele amigo que vai à sua casa, assalta a geladeira e deita no seu sofá? E aquele que te pede uma carona mesmo sabendo que você vai passar bem longe de onde ele precisa ir, e você diz: Sobe ai que te deixo lá.

Certamente você tem um amigo que se sente o astro do rock, tocando “clássicos” dos anos 80, totalmente fora do ritmo e com metade da letra sendo esquecida. Ah, e você canta junto não é? Pensando bem, todo mundo canta junto, menos o que foi escalado (forçado) a cuidar da churrasqueira, que olha de longe, querendo se juntar ao pessoal.

Amigos, seres cheios de defeitos, manias, e com os quais você pode contar. O cara da churrasqueira, por exemplo, lembra quantas vezes vocês ficaram batendo papo, na frente da sua casa, falando besteiras e quando olharam no relógio eram 4 horas ou muitas vezes 7 horas da manhã? Conversaram sobre tanta coisa, que até esqueceram que era madrugada de domingo.

O do violão não é aquele para o qual você disse que nunca mais ia encher a cara? Sim, você encheu novamente a cara e mais uma vez ele te levou pra casa, bêbado e salvo.    

Amigos não pedem para serem amigos, tem algo que faz com que eles sejam! Amizade é coisa boa. 

Insanidade


Lutando com deuses loucos, criados através do tempo e das mensagens. São deuses tortos, ainda assim, deuses. Repudiar.

Não são deuses de devoção, são deuses passageiros, que surgem, no delírio do que fere. Louco.

Deuses insanos, tétricos, mórbidos, deuses que desaparecem, no entanto aparecem. Do nada, são, e ao mesmo tempo não. Insensatez.  

Deuses que causam desassossego, roubam a paz, trazem alucinação. Não são concretos, nem perenes, deuses que causam dor. Tresloucado.

Deuses que fogem num amanhecer, deuses que atormentam desde o entardecer, no vazio, vasto, profundo, absurdos, dúvidas, medo. Funesto.

Deuses que desaparecerão no fim de um parágrafo, no encerrar de um livro, num ponto. Não são divindades, nem são. Insanidade. 

Mutante


Não sou o mesmo de 10 anos atrás, aquele que tinha um sorriso vindo do nada, sem compromisso, que ria por rir. 10 anos atrás, eu acharia graça no que outro sofria.

Não sou o mesmo de 5 anos atrás, aquele que sofria, por não achar saída para as coisas que machucavam. 5 anos atrás, meu sorriso sumia.

Não sou o mesmo de 1 ano atrás, aquele que se tornou forte, que reencontrou o sorriso, até naquelas coisas em que sofria. 1 ano atrás, eu estava forte, decidido e sabendo o que queria encontrar.

Não sou o mesmo de 1 mês atrás, aquele que estava vivendo, achando graça, sorrindo, de alma aberta novamente. 1 mês atrás, encontrava o que deveria encontrar.

Hoje, senti medo de perder o sorriso, mais uma vez. 

Avaro.


Eu não presto! Verdade, sou do tipo mais mesquinho possível! 

Eu não gosto de dar aos outros meus problemas, não gosto de dar minha preocupação aos outros, não dou isso de forma alguma! Tenho dito. 

Pare, não tente tomar de mim este belo monstrinho que crio, ele é meu! Você acha que é capaz de controlar essa coisa chamada insanidade? Foi criado com muitas decepções, por isso não o terá também! 

Que pretensão a sua, achar que vou te dar essas dores! Basta! Não te dou, sou mesquinho, avarento demais para te dar um horrivel punhado de tristezas.  

O máximo que terá de mim é aquela coisinha ali no canto, que doei algumas vezes mas não quiseram, me parece que é chamado Amor. Quer? 

Roubaram o Sol do Girassol


Roubaram o sol do girassol, que agora é Gira. 
Gira mundo, Gira insano, Gira lua. Gira Gira 
Gira o sol, não encontra o giro, gira Dó 
Gira Ré, gira Mi, Gira Fá, Gira Sol, achou o Sol.

Foi quando falei de dar minhas mãos.


Sabe Zé, eu estava com medo de caminhar, estava com medo de enveredar por campos que já havia passado e que tinha medo, tudo pelas vezes que eu havia me perdido, sabe?  

Outro dia, acredite, eu olhei ali onde precisava olhar, no momento certo. Então eu vi, vi quem eu precisava ver e eu dei minhas mãos porquê precisava dar.

Não Zé, não é ser precipitado, desesperado ou algo do tipo! É ser verdadeiro, deixar o medo, conduzir alguém e ser conduzido.  Foi outro amigo que me disse isso um dia, mas, a gente só acredita quando vive, estou vivendo.

E foi assim, que eu resolvi dar minhas mãos e levar esse alguém por onde eu fosse e por onde ela quisesse ir, até onde nos for permitido estar e da maneira que puder estar. 

Não vou soltar enquanto for permitido que elas fiquem unidas. Sabe como é? Não é seu Zé? Caminhar é bom, com alguém que você quer é o que pode ser melhor na vida de alguém.

E tudo isso deve ser porque sou assim, intenso, então o que vivo tem que ser intenso. 

Foi quando falei de saudade.


Se eu tivesse feito isso, se eu tivesse feito aquilo
Não é isso que me aflige Zé, o que me aflige é o que vivi. 
Se não tivesse feito, não sentiria falta, não mesmo. 

Agora Zé, é ficar aqui, pensando, pensando, sabe?  
Com o coração apertadin', miudin', que nem esses bichin' que fica enrolado debaixo dos vasos. 
Minha Vó, conhece ela né? Disse uma vez que esse negócio que aperta o peito chama saudade e que aparece quando a gente lembra de quem a gente gosta e que sara quando a gente encontra quem a gente gosta. 

Ora bolas, então se for assim, esse negócio as vezes não tem cura.
Pensei cá com meus botões: Eu sinto saudades da Tia, e sei que ela vem no fim do ano aqui pro sitio ver a gente, então a saudade morre, nasce de novo e vai crescendo até o fim do outro ano. Essa tem cura. 
Mas, e o Vô? O Vô não volta Zé!! 'cê sabe né? Viu só, apertou de novo o coração. 

Sabe, por isso que eu sinto falta do que eu vi e vivi Zé! Se eu não tivesse visto eu não sentia falta!! 

Vou parar de falar Zé, coração ficou que nem tatuzin' de novo, apertado... Lembrei de você sabe quem. 

Foi quando falei de assombração.


Vejo ao longe, dizem hoje, lugar de assombração. 
Onde violeiros, e cobras corais falam com quem não se pode crer. 
Duas estradas, ali cruzadas, lugar de superstição. 
Onde a lua cheia, mostra vultos, medo do que não se vê. 

E ainda haviam os pererês-sacis, que assustavam quem pudesse ouvir. 
Seus assovios, redemoinhos, havia medo de dormir. 
E o sétimo, o da lua-cheia, lobo-homem entre os irmãos 
Suas patas, suas garras, havia medo , havia assombração. 

O que me cabe...


Cabe a mim, somente a mim, entender o que vivo. 
Sofro, fiz sofrer, porém, acredito nos caminhos pelos quais passei. 
E se o caminho já foi de alguém, hoje sou quem o atravesso. 
O que me levou até ali, não se explica, se vive. 

Cabe a mim, somente a mim, entender e me desculpar. 
Aceitar, aceito, que nenhum homem vive por si só 
Porém, como ele chegou até ali, só ele pode responder e pagar por isso. 
Assim, eu, somente eu responderei pelo que eu faço, pelo que eu vivo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Compromisso


Que suas lágrimas, quando tiverem de existir, sejam divididas.
Que suas loucuras, quando aflorarem, sejam perto de mim 
Que seus medos, sejam para que eu os transforme em coragem 
Que suas dúvidas, encontrem em mim a certeza. 

Quando cansar, que possa ser o ombro onde possa se apoiar. 
Quando cair, que minhas mãos estejam ao seu alcance. 
Quando a sua dor for dor, que seja, mas não seja a dor de um 
Quando a sua dor for dor, que seja minha, que seja dor de dois. 

Que se sua liberdade quiser, que eu não te impeça de ir. 
Quando voltar, que meus braços te recebam. 

Amém. 

Se eu não tivesse vivido tanto, não entenderia como tenho ainda tanta coisa pra viver.

Me peguei pensando: Se a vida é tão curta como dizem, por que sinto que vivi tanto? 

Sinto que a vida se renova ou que eu renovo a vida, seja lá o que for, de qualquer forma estou aqui de novo, aplicando o que o cara metamórfico falou, de ter uma porção de coisas grandes para conquistar e não ficar aqui parado. 

Gente é coisa estranha, diria que parece barco, vai navegando, navegando, encontra uma ilha, lá também tem gente, pega um, deixa outro e vai navegando, quando vê o barco está cheio, para em outra ilha, deixa um pouquinho de gente lá, com dó, mas tem que deixar, as vezes a rota não é a mesma, mas tem outro ali na próxima ilha que vai seguir o mesmo caminho. 

É por isso que penso que vivi tanto, meu barquinho velejou (porque o meu é simples, é a vela) por tanto mar que também conheceu ilhas, gente e ainda assim, quando olho pro horizonte, sei que o barquinho passou só por um trechinho desse mar todo, esse mar que se chama Vida.  

Por isso viajei tanto e ainda tenho um tantão para viajar. 

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